Há muitas coisas que enganam mas um olhar não. Ou sim? Às tantas também engana. Ou não? Pode dizer-se a verdade apenas com os nossos olhos? É capaz de ser uma verdade muito subjectiva... Por outro lado, talvez não. Pode dar-se o caso de ser a mais objectiva possível, clara, evidente, esclarecedora - a verdade do olhar. Bom, mas continuo a duvidar desta luz secreta do olhar que ilumina a verdade. Mas, são tantas as vezes que um olhar não engana... É preciso levar também em conta que há olhos e "olhos"... Acontece os olhares serem muito ambíguos. Se calhar, é preciso apostar neles. Apostar a solução de um crime por desvendar. Apostar uma vida que ficou para trás. Apostar tudo - apostar a justiça, apostar a memória, apostar as fixações e as obsessões, as crenças e os desejos. Afinal, o olhar não engana. Não engana mesmo. Nem as paixões. Podemos deixar tudo de lado, menos as paixões. E elas entrelaçam-se com o olhar que as revela. Ou não? Continuar a perguntar sem resposta última, é uma opção. Mas eu aposto na verdade do olhar. Sobretudo porque gosto de policiais com solução.
Tudo isto a propósito desta excelente história - AQUI
12 comentários:
Ana Paula,
Gostei muito desse filme. Vi-o em Espanha, durante estes meses que estive em Madrid. Quanto aos olhos: neste caso, os olhos não queriam enganar. Os olhos queriam mesmo dizer. Assim, a questão de saber se os olhos podem ou não enganar, sendo uma boa questão, não é a questão perfeita para este filme. Para este filme eu preferiria a questão: como pode resistir-se a certos olhos?
Eu também gostei imenso do filme. A história está muito bem arquitectada.
O Porfírio é bem capaz de ter razão quanto à questão perfeita para o filme. Até porque o olhar dela era de facto espantoso. Irresistível.
Mas como essa parte da história aparece entretecida com a do desvendar do crime, a minha questão refere-se sobretudo ao olhar do criminoso. Acho que ele não queria dizer nada de especial com o olhar. No entanto, disse. Claro, houve quem soubesse ler o dito olhar.
Portanto, serão duas leituras da história que se cruzam. O que não retira nada à sua excelente questão: como pode resistir-se a certos olhos?
As paixões, os olhares, os olhares dos apaixonados... são coisas belas. Só as cinzas das paixões são tão dolorosas...
já fiz comentário, penso que o olhar quando tocado de paixão, não engana, mas nem sempre queremos ver.bjo
Há dias assim: é verdade, tudo pode reduzir-se a cinzas. Felizmente também há a Fénix renascida :)
via: eu li-te sobre o filme e gostei, claro.
Na verdade, isto é um mundo de equívocos :))
Beijinho
Olá Ana Paula,
Ainda não vi esse filme, nem um outro, que pelo seu post também me interessa ir ver. Os filmes não sendo de grande poder comercial, custam a chegar cá acima, tb por cá só nos cinemas Medeia de Paulo Branco, podem ver-se esses filmes!...Agradeço as dicas. O mais interessante Ana Paula é que eu tinha algo escrito sobre os olhos, precisamente se mentem ou dizem a verdade, mas já não vou publicar. O que penso disso? Depende! O pior mesmo é só me aperceber «à posteriori» que os olhos mentem, porque os olhos tb iludem muito!...
Bj,
Manuela
Eu já vi um cego
a chorar lágrimas vivas
Bj
:)
Excelente blogue.
Vou seguindo.
“Os olhos são a lâmpada do teu corpo. Se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo irradiará luz; se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo mergulhará nas trevas...”
(Mateus 6.22)
Já fui ver o filme. E adorei.
Marcante, intenso!
Obrigada pela dica.
Bjs
Depois de pensar que já não conseguiria vê-lo no cinema vi hoje, finalmente, o filme. É uma excelente história, sim. E, neste caso, como noutros, o olhar só não engana porque quem olha quer desesperadamente ver.
Ainda bem que gostou, Analima. É um dos que apareceram este ano que considero imperdíveis.
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