sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Não era. É.





Ontem, casualmente, dei comigo em revisitação de India Song. Um filme que sempre me foi difícil. E é já neste quarto confronto, que se dá o encontro: deixo-me ficar no tempo lento... lento. E passa tão devagar que fica... parado na magia dos instantes.
Não sei o que é o tempo. Mas sinto-o quando é presente. É esse o tempo da amizade. O tempo do amor.





[dedicado a duas queridas amigas tão presentes]



Imagem daqui

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Incógnitas



Dobrado o Cabo das Tormentas, ficou o Cabo da Boa Esperança. E agora, que nos espera depois de dia 27? Um país vivo e colorido? Enérgico e empreendedor? Procurei respostas por longos e turbulentos caminhos... Só uma me convenceu. Para amenizar os prognósticos, tem forma musical. Haja alguma coisa que me anime.




Imagem de Daniela Edburg

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Beleza de (fim de) Verão - 2



"Tudo aquilo continuaria, aquelas ondas, aquelas rosas do mar a abrigarem pétalas secas pelo sol na areia. (...) Era uma praia agreste e nada pública, incrivelmente extensa e salpicada de velhos ossos de troncos desgastados. (...) Às vezes ficava à borda da água, deixando que a espuma lhe rodeasse as canelas. (...) Conchas nas ondas, barcos ao longe e a afastarem-se ainda mais.
Ou a aproximarem-se. (...)
E por fim chega uma altura em que uma pessoa pergunta: «Que raio fiz eu?». (...) O mar perguntou o mesmo, as gaivotas repetiram o que o mar dizia."
in Truman Capote, Travessia de Verão


Imagem: Sun City de Marina Fedorova (2004)

sábado, 12 de setembro de 2009

A certeza da incerteza - Ilya Prigogine

Claro que nada disto é novidade. Mas, olhando à minha volta, face a tantas incertezas deste nosso mundo actual, perante as complexas previsões para o nosso futuro, sou conduzida a uma espécie de consciencialização acrescida das marcas deste novo século. As tendências do desenvolvimento, a orientação mais ou menos desorientada que lhe é imprimida, as novas faces que revelam as nossas identidades, e, ainda mais, o modo como lhes damos maior ou menor consistência - em fusão com os mais sofisticados meios tecnológicos; tudo razões para pensar a irreversibilidade do tempo, para mergulhar, mais ou menos penosamente, com maior ou menor entusiasmo, na complexidade do universo de que fazemos parte, enquanto elementos integrantes das sociedades humanas.
Verifico que já não é possível pensar com base em dicotomias simples. Podemos acreditar, sem dúvida, que um modelo de desenvolvimento assente numa intervenção total do Estado falhou, quando o confrontamos com os resultados dados pelo passado; podemos também inquietar-nos com a crise alcançada pelo modelo em que temos vivido, onde a contínua criação de riqueza nos transmitiu grande optimismo. Sentimos agora que ele encontra dificuldades em manter-se sustentável. Necessariamente, surge inquietação. Também preocupação.
Podemos, no entanto, perspectivar esta espécie de enclausuramento do mundo nos próprios caminhos que traçou, segundo uma óptica mais optimista: pode residir precisamente neste estado de coisas, nesta relativa desordem do actual mundo económico e social, a primeira etapa para criar novas soluções. Necessárias. E se arriscarmos em modelos híbridos, é preciso clarificá-los. Medir riscos, e ainda assim corrê-los. Cada vez temos menos certezas. Mas o mundo não pára...






Mais sobre Ilya Prigogine AQUI - AQUI e AQUI

Imagem Daqui

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Prémio giro que aqui chegou - II



Do excelente blogue Restolhando, que vos convido a visitar, chegou aqui ao Catharsis este prémio igualmente muito divertido, e significativo. De facto, "ficar de olho" no pouco que aqui vou construindo, é uma grande honra para mim. O meu muito obrigada à querida Maria Josefa Paias por este gesto, o qual constitui um estímulo para a modesta construção e (re)criação deste blogue.

Na sequência desta nomeação, devo indicar 10 blogues que considere a ter "debaixo d'olho". Assim sendo, eis aqueles que assinalo:












segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Prémio giro que aqui chegou - 1



Muito obrigada à GJ, pela atribuição deste prémio ao Catharsis. Na verdade, vou ter que reconhecer: fiquei muito vaidosa!

1. De acordo com o indicado, tenho que assumir três compromissos para o futuro. Portanto, aqui os apresento:
- Escrever mais, já que é algo que me dá um verdadeiro prazer pelo prazer;
- Ser mais paciente e compreensiva com o mundo em geral, identificando com clareza os limites dessas minhas atitudes;
- Ter mais cuidado com a minha saúde, para poder, entre outras coisas de que gosto, continuar a blogar :)

2. Devo também premiar dez blogues viciantes. Nomeio os seguintes:



E, já agora, uma visita ao Grande Jóia impõe-se.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Subida da temperatura - 1

Confesso, conseguiram entreter-me bastante. Estava eu a tentar inteirar-me de coisas sérias, a preparar-me para um bom - leia-se responsável - exercício da minha cidadania... eis senão quando, sou aprisionada no último episódio do folhetim pré-eleitoral. Estou agora deveras preocupada com a questão da garantia das liberdades de expressão (questão efectivamente séria, demasiado séria). E esta preocupação rivaliza, sem dúvida, com a que sinto face ao aumento do desemprego, perante as incógnitas que esboçam o futuro das minhas filhas, quanto à sua segurança, saúde e educação, só para citar alguns tópicos incontornáveis... Acreditando que temos liberdade, tal como julgo elas terão, para nos manifestarmos e agirmos positivamente em relação a tudo isso.
Certamente, a questão da liberdade de expressão e de informação não é um problema menor. Ao contrário, é uma verdadeira questão prévia. Dito de outro modo, é o único pano de fundo admissível para todos os possíveis contornos de debate. Trata-se de um pressuposto indispensável em democracia. Daí que lamente, enquanto estou entretida (até me entediar), o facto de o tema não ter um tratamento à altura, com toda a seriedade que ele exige, no tempo próprio e adequado. Inversamente, ele é arma de arremesso, não se sabe bem de que lado para que lado... O estilo actual é mesmo este: não exaustivo, não rigoroso, não conclusivo. Mas não há equívoco quanto ao facto de a política ser, hoje, e cada vez mais, um verdadeiro manto diáfano da fantasia sobre a nudez forte da verdade, parafraseando Eça.
Ao assunto voltarei, suponho, num outro instante qualquer de clima ao rubro. Obviamente, como "filha" do meu tempo, e quanto às minhas modestas ideias, não serei exaustiva, nem rigorosa, nem conclusiva.



Imagem DAQUI

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Regressar






Não há nada como umas férias dissolventes (com muito mar) para reintroduzir a reflexão e a inquietação.

A par do regresso ao trabalho, fica comigo também um "o que foi feito de mim?"...








Imagens: fotos de A.P.

Regresso ao futuro

Muitas vezes, diz-se: nunca regresses a um lugar onde já foste feliz. Mas como não procurar todos os lugares que nos parecem compatíveis com...