Este interessante quadro de Ticiano mostra-nos três rostos, pintados sob o seguinte texto:
«Pela experiência do passado, intervém prudentemente o presente, para não estragar o futuro.»
Alegoria do Tempo Governado pela Prudência, Ticiano - 1565
Passado, presente e futuro entrelaçados no tronco comum do tempo, simbolizados por três animais: o lobo, o leão e o cão. Sem dúvida, o quadro transmite uma atmosfera algo fantástica. Por outro lado, devolve-me uma visão que talvez nunca seja demais actualizar: a do presente confrontado com a sua responsabilidade. Mas, na vivência actual, a do fast e do imediato, haverá ainda lugar para um tempo governado pela prudência?
Imagem: pesquisa do Google
14 comentários:
Se não existe devia existir.
Mas é interessante verificar que aqui se apresenta a metamorfose a que o tempo obriga.Tudo se transforma em passado. É o único simbolo imutável; o único de experiência assumidamente verdadeira, o único final, sem transição.O presente e o futuro serão o alimento do passado, a sua força clarificadora.Daí a importância da Memória, daí a razão de ser da História.E a prudência que se torna tão desejada, só nos pode chegar pelo passado, porque é o único arquivo de experiência ao nosso alcance.Mas será que queremos ter memória activa ?
No fundo é esse o problema. Parece que, nos tempos que correm, se promove mais o esquecimento, imprudentemente, lançando achas para um futuro que, sabemos já, só vai ter explicação mais à frente, quando for passado.
Gostei muito desta imagem.
Um abraço.
.
Tem que haver, Ana Paula.
O que temos assistido é também resultado da imprudência.
Beijinho:)
Apesar de tudo... tendo a acreditar que sim. Enviamos mensagens contínuas a nós mesmos ao longo do Tempo, e melhor ou pior, ainda vamos segurando um lugar para a Humanidade. Apesar de tudo, porém...
A sociedade actual vive a um ritmo que não nos permite acompanhar o tempo, quanto mais vivê-lo de forma prudente.. Tudo tem que ser rápido, para ontem....
Não é fácil saír desta teia, mas vale a pena tentar !!
Muitas vezes sinto-me esmagada por esta pressa, outras, adoro sentar-me calmamente a observar o tempo passar e saborear o momento.
Vamos tentando.
um beijo
Linda Ana Paula,
como gosto deste quadro sobre as idades do homem...
Neste presente, como se questiona o futuro...
Beijinhos meus...
atenta de ti
Ana (Anamar)
Pertinente questão; há mais, sim, demência, mas como afirma Josefa Pais, "Tem que haver".
Além disso, como bem dizes o "fast e o imediato" só trazem o desacerto que a demência procria. Tudo de bom.
Há. Precisamente por vivermos assim é que a prudência nunca foi tão importante como agora.
JR
Parece que vivemos um tempo muito imprudente, pelo menos isso mesmo nos dizem os analistas diariamente. Consumimos o que não temos, vivemos acima das nossas possibilidades, escusamo-nos de pensar no futuro. Dizem mesmo que hipotecamos o futuro dos nossos filhos. Bom, por mim, não acredito no destino, acredito, isso sim, que temos tido muita pouca sorte com a escolha que fizemos dos gestores da coisa pública.
Ana Paula,
Quando tudo afundar, muito para além deste tempo, chegará a prudência. Acredito que sim!
olá,esta sabedoria do tempo, um tempo carregando o passado e já desenhando o futuro, essa visão do tempo transporta a responsabilidade mas também a paz, livra-nos da angústia de um tempo fragmentado e imediato, onde queremos que tudo aconteça agora. bjo
bom dia da poesia
Prudência...os diversos estudos
sobre os comportamentos humanos
podem confundir em vez de ajudar.
A mutação é a tal velocidade que
a compreensão torna-se difícil.
Experimentem analisar o commportamento actual de uma
criança, por exemplo dos 2 aos 5
anos, e ficarão com muita matéria
para uma grande reflexão. Hoje tudo
é diferente, o estar, o saber, o
agir...e é nesta diferença,no
saber porque é que ela aconteceu
de uma forma tão rápida, que talvez
encontremos respostas para o que
possa ser feito(se ainda houver
tempo) para inverter para um lado
mais positivo.
Beijinhos a todos/Irene
Talvez mudar essa, a posteriori, linearidade do tempo, do passado ao futuro, pelo devir na duração do presente... e, já agora, com a prudência aconselhável à familiarização com o que ainda se desconhece... mas sem medo do futuro! :)
Que será do futuro se não tivermos a prudência de viver o presente com a consciência de colher a experiência do passado!
Acredito que globalmente a humanidade vai pensando cada vez mais no futuro, nas consequências mais longínquas das decisões tomadas hoje.
Enviar um comentário