que cada um de nós seja uma ilha parece por demais evidente. estou a pensar concretamente numa radical incomunicabilidade entre os seres. afinal, até que ponto posso afirmar que consigo comunicar completamente o que penso ou sinto a um outro? quando a mensagem, digamos, chega ao outro, não posso saber exactamente como é que ela é recebida, mas imagino que sofra transformações várias. esta questão, só por si, levaria longe... mas o que quero colocar como tópico de reflexão é o inverso. ou seja, a comunicabilidade que nos caracteriza. e pegando na imagem da ilha, cada um de nós uma, sim, é possível, mas ligada a outras ilhas por muitas pontes. agora, imaginando cada um de nós desenhado segundo esse modelo - com a infinita quantidade de ilhas e, ainda mais, com a proliferação em número praticamente incalculável de pontes... estamos perante um cenário que nos transporta para um nível de complexidade crescente, e até assustador - porque fora do nosso controlo absoluto. mas é assim que existimos hoje: em rede, numa fantástica rede que se tece de modo cada vez mais detalhado. na fina rede neuronal e seus rendilhados, o instante comunicacional brilha a cada sinapse. podemos obter hoje imagens que nos mostram essa actividade cerebral (ainda misteriosa). salvaguardando o facto de que esta analogia tem as suas limitações, a verdade é que as redes sociais seriam muito mais giras se a cada momento de partilha ou de mero tomar nota de... alguma coisa brilhasse. teríamos, então, acesso a um FB (por ex.) muito luminoso. se isto é real comunicação, é outra história. faltaria pensar e definir real comunicação. poderemos reduzi-la a algo talvez mais óbvio? comunicar é transmitir informação. e é tudo? pois é neste ponto que me sinto reenviada à afirmação inicial: cada um de nós é uma ilha.
quinta-feira, 17 de maio de 2012
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Regresso ao futuro
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