sexta-feira, 24 de junho de 2011

Limite

páro-me
e depois reparo-me
mas só vejo parte de mim

respiro-o
todo um ar lento e vago doce e circulante

a flor - vejo-a aqui de perto
mas
só agora noto
nada nela é simples
como foi um dia. antes
quero-a
vai à minha frente...
e é sorridente
olho-a
quando então a vejo
vida fugitiva
parece suspensa
e extensa
nesta poeira celeste
que insiste em voltar a cada verão
e cobre todos os lugares

porque nos exalta?
na febre na doce inquietação e no torpôr das tardes que se vão...


(mas remeto-me à flor o dia é solar e assim o tempo foi todo transparência fugaz)
eis que se demora...


Foto de A.P.


8 comentários:

César Ramos disse...

Belo poema.

Diria ainda, que é um trevo de quatro folhas... achado no meio de toda esta imagem verdejante...

Bom fds
César

César Ramos disse...

... Espero bem, que alguém tenha regado este canteiro ao fim de todo este tempo: o calor tem estado insuportável!

Como li algures, de cair para o lado...

Resto de bom Domingo

César

Eliete disse...

Ana Paula, talvez por a vida ser fugitiva ela nos atraia tanto.bjs

C. disse...

uma flor é uma flor é uma flor... sem porquê.

às vezes penso que deveríamos ser como as flores.

Lindo, o seu texto, Ana Paula.

Beijinho, com passagem fugaz por aqui. Tanto a vida se demora noutras coisas menos exaltantes...enfim, trabalho.

Mar Arável disse...

Na verdade escrevi um dia

" sopro-te e voo "

anamar disse...

Tudo belo, Ana.
Beijinho

Não tenho aparecido... ando pouvo leitora da blogosfera.
:))

José Marinho disse...

Tão lindo e tão bem escrito... Tudo de bom.

Ana Paula Sena disse...

Obrigada a todos pela leitura destes bocadinhos de escrita :)

Beijinhos.

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