"Tudo aquilo continuaria, aquelas ondas, aquelas rosas do mar a abrigarem pétalas secas pelo sol na areia. (...) Era uma praia agreste e nada pública, incrivelmente extensa e salpicada de velhos ossos de troncos desgastados. (...) Às vezes ficava à borda da água, deixando que a espuma lhe rodeasse as canelas. (...) Conchas nas ondas, barcos ao longe e a afastarem-se ainda mais.
Ou a aproximarem-se. (...)
E por fim chega uma altura em que uma pessoa pergunta: «Que raio fiz eu?». (...) O mar perguntou o mesmo, as gaivotas repetiram o que o mar dizia."
E por fim chega uma altura em que uma pessoa pergunta: «Que raio fiz eu?». (...) O mar perguntou o mesmo, as gaivotas repetiram o que o mar dizia."
in Truman Capote, Travessia de Verão
Imagem: Sun City de Marina Fedorova (2004)
9 comentários:
Há dias em que as coisas só são coisas e o mesmo para tudo. Apesar do fim do Verão (o fim é sempre também um começo) desejo-te uma dose excessiva e transbordante de ânimo, daquele que nos acelera o coração.Bom ano!
.
Sempre impressionante
a serena indiferença da natureza
à perplexidade ou nostalgia da mente! :)
É essa independência
que me leva a repudiar
o pan-psiquismo e quase
me converte num dualista...
:)
O texto, a imagem e o título. Perfeito. Parabéns.
Ana Paula
hoje estaria aqui, ou em qualquer outro mar...
Um bj
Excelente escolha.
Nós para aqui, à beira de um Outono bizarro, de um longo ano de trabalho que recomeça... e já cheios de vontade de voltar a ver o mar e de ouvir os ecos desta pergunta.
Estas passagens de "Travessia de Verão" são belíssimas. Um fim-de-semana em cheio seria ir até à praia, depois, "Breakfast at Tiffany's"... e (influência ali do «221-B Baker Street») reler o excepcional "Cold Blood".
Bem... podemos, pelo menos, "revisitar" o Capote!:)))
Um beijinho, Ana Paula!
e agora... entramos de repente no Outono estação de mudança!
Onde o mar se descansa das contemplações de Verão :)
beijinho
teresa
Olá, Ana Paula
Que bom voltar aqui com um autor ligado a inesquecíveis produções do cinema americano. E os ecos interiores reflectidos na mesma introspecção da natureza, perdida no tempo, como a própria América.
Um beijinho grande e um abraço bem apertado, com a minha amizade e reconhecimento pela força que me tem dado,
Isabel
Ana Paula o mar é sempre lindo , instigante e indecifrável. Linda postagem, bjs .Eliete
obrigada por este pedacinho magnífico de prosa...
beijo
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