sábado, 18 de abril de 2009

Rumi e utopias


Há poesias que nos visitam dos confins do tempo... É o caso da de Rumi, a qual, à medida que se descobre, tem o poder de nos levar a acreditar nessa forma de utopia perene... a de um mundo melhor. Um mundo de paz, um mundo de tolerância: lugares sempre difíceis de encontrar. Mas que não são impossíveis. Desejados e aguardados desde sempre...

Jalal al-Din Mohammad Rumi, também conhecido por Moulavi, ou simplesmente Rumi, viveu entre 1207 e 1273. A sua posição enquanto Sufi é de tal forma elevada, que é igualmente chamado de Moulana (nosso senhor, em árabe).

A ONU comemorou em 2007, na sua sede, em Nova Iorque, os 800 anos do nascimento de Rumi, célebre poeta místico. O Secretário-geral, Bani Ki-moon, afirmou que o mundo de hoje necessita da propagação das ideias de Moulavi, já que a paz e o diálogo entre as civilizações são conceitos salientes na sua poesia.
Por ocasião deste oitavo centenário, os EUA emitiram um selo dos correios com a imagem de Moulavi, obra de Hossein Behzad, pintor e miniaturista iraniano.

Apeteceu-me recordá-lo e trazê-lo para aqui. É uma poesia absolutamente magnífica! Em termos filosóficos, é muitíssimo interessante o misticismo de Rumi, desenvolvido no contexto do Sufismo.
No que se refere a utopias, é figura de relevo.

É também de ler AQUI o texto da Isabel/Artista Maldito, precisamente sobre o tema da Utopia.

Neste nosso tempo, é de assinalar um interesse renovado pelo domínio da espiritualidade, o que pode explicar o facto deste poeta ser um dos mais vendidos, actualmente, nos EUA. Porquê? Certamente, valerá a pena investigar...

Poemas de Rumi ditos por Tamir




For years, copying other people, I tried to know myself.

From within, I couldn't decide what to do.

Unable to see, I heard my name being called.

Then i walked outside.

The breeze at dawn has secrets to tell you.

Don't go back to sleep.

You must ask for what you really want.

Don't go back to sleep.

People are going back and forth across the doorsill

where the two worlds touch.

The door is round and open.

Don't go back to sleep.


Poema de Rumi - Versão de Coleman Barks

Mais poemas de Rumi AQUI

Poema de Rumi seleccionado pela Violeta AQUI (belíssimo!)



Imagem: pesquisa do Google


19 comentários:

Violeta disse...

Ana paula
Só tenho que te agradecer. Eu, ignorante, desconhecia esta beleza de poeta e d epoesia. Por conta do teu psot já vasculhei e descobri coisas espectaculares.
Obrigada
e é por estas e por outras que a blogoesfera é tão importante
bjs e continua a escrever assim, a ensianr assim
bj

vbm disse...

Ana Paula,

Só conheci Rumi, por acaso,
num livrinho de alguns poemas seus,
traduzido em português por Adelino Ínsua,
editora de Guimarães, 2002, "Pedra Formosa".

Comprei-o, aliás, distraidamente, pois que se entitulava Rubaiyat e eu julguei que se tratava de mais alguma tradução pessoal de alguns poemas de Omar Khayyam, meu poeta de sempre!

Em casa é que percebi o engano, e ao lê-lo, conformado, fiquei maravilhado com a belíssima poesia de amor desse tal Djalal Al-Din Rumi!

Só mais tarde soube, por cibernautas esotéricos, que Rumi era uma famoso místico sufi, com inúmeros "You Tube's" visitados.

Mas ficou-me para sempre a admiração e a surpresa dos seus/meus primeiros versos traduzidos e editados por Adelino Ínsua! Hei-de digitar alguns para te ver encantada! :)

Porcelain disse...

Acho que os orientais (alguns), no que toca à questão desse mundo de paz e tolerância, têm imenso a ensinar-nos... creio que as questões da espiritualidade sempre estiveram presentes de forma muito intensa nas sociedades humanas; acho é que saímos de uma época altamente racionalista, em que a ciência ganhou novos métodos e projecção... e agora voltamos a sentir aquela que sempre foi uma das nossas necessidades mais básicas... (digo eu...) Acho é que o processo agora ocorre, talvez, mais distanciado das instituições religiosas e talvez estejamos a ser chamados a encontrar as nossas próprias respostas... a crecer!... Não?

Bem, e quanto a Rumi... fica-me uma certeza... não esquecerei esta referência facilmente!! Obrigada!!

Eliete disse...

Ana Paula que bela lembrança essa que voc~e nos brindou. Realmente precisamos ouvir, sentir, entender e vivera poesia do Rumi.Um beijo, Eliete

Anónimo disse...

Olá, Ana! Ainda a trabalhar a estas horas. Desculpa, vou pirar-me. Agora começa o sprint final da Formção. Beijo.

A.S. disse...

Ana Paula,

Rumi Será sempre uma referência enquanto poeta místico, cuja obra está cada vez mais actual! Tal como um Profecta, nas suas palavras desvendam-se teorias que hoje são temas de grandes conferências sobre o papel da espiritualidade na evolução do Homem e da Humanidade...

Felicito-te por este belissimo post!


Um beijo!

ARTISTA MALDITO disse...

Olá Ana Paula

Hoje peço muita desculpa, mas vou deixar a todos um poema de Eugénio de Andrade, sem forças para falar por mim.

As gaivotas vão e vêm. Entram
pela pupila.
Devagar, também os barcos entram.
Por fim o mar.
Não tardadrá a fadiga da alma.
De tanto olhar,
tanto
olhar.

Beijinho
Isabel

Rolando Palma disse...

Vem,
Te direi em segredo
Aonde leva esta dança.

Vê como as partículas do ar
E os grãos de areia do deserto
Giram desnorteados.

Cada átomo
Feliz ou miserável,
Gira apaixonado
Em torno do sol.

Rumi


( Gostava que muitos mais o conhecessem... )

Mar Arável disse...

TODOS OS AZUIS

SÃO INFINITOS

ATÉ O DOS OLHOS

QUE INVENTO

mdsol disse...

Hoje é só mesmo para deixar um beijinho!
Estou "espapassada"

:))))

Anónimo disse...

sempre surpreendente, ana paula. não conhecia esta poesia, que li de cima para baixo e de baixo para cima :) experimenta, que o poema é sempre lindo! beijinho grande *

Anónimo disse...

O pesquisei e, sabes que tens razão: É muito interessante.

D.

Patriota disse...

Não conhecia, é de facto interessante. Mais uma vez, a força das palavras... =)

Bom post...

mdsol disse...

Agora, com mais calma... Parabéns Ana Paula. Muito bom

beijinho

:))

ARTISTA MALDITO disse...

Olá Ana Paula

Nos últimos dias não conseguia ler nada, tive problemas de saúde na família.

Bom, mas agora estou aqui e reli o poema de Rumi.

A espiritualidade dos místicos é tão semelhante, independentemente da cultura, da religião.

" I heard my name being called", um chamamento no abismo do ser, a apelar aos sentidos e a um mundo exterior que também interpela. E é no nome que está a verdade de cada ser, no ser uno incorruptível.

Fez-me lembrar muito Stº Agostinho, quando fala do homem interior e do homem exterior.

Adoro ler poemas e textos dos místicos.

Beijinhos, hoje de novo com um sol resplandecente:)
Isabel

ARTISTA MALDITO disse...

Ana Paula, não é propriamente um selinho digno deste tema elevado, mas vai ver que, com boa vontade, os pêlos eriçados do MIAU que tenho para si a põem logo bem disposta.

Beijinho
Isabel

Nilson Barcelli disse...

Nunca tinha ouvido falar do Rumi e da sua poesia.
Mas, pela amostra, vale a pena ler.
Cara amiga, obrigado pela partilha.
Bom resto de semana,
Beijos.

Frioleiras disse...

Interessante............. mt!!!

vbm disse...

:)

Muito gira.

E já reflexiva
e teimosa!

:)

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