terça-feira, 12 de junho de 2012

um poema de Tomas Tranströmer


As pedras

As pedras que atirámos, ouço-as
cair, cristalinas, ao longo dos anos. No vale,
as confusas acções de um instante
voam chiando de
copa em copa e silenciam-se
e desvanecem-se mais que o agora, deslizam
como andorinhas de cume
em cume, até que tenham
atingido o mais afastado dos planaltos
ao longo da fronteira do ser. Onde todos
os nossos atos caem
cristalinos
sem mais sítio em que cair
que não em nós mesmos.

in Tomas Tranströmer,  17 Poemas (1954)


[fresco? ou será pesado?]

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