quinta-feira, 31 de março de 2011

Horizonte longínquo

Crying Girl, Roy Lichtenstein (1964)

Aquilo que se espera, além de sacrifícios, penitências e outras coisas que tais, é uma visão alargada para o futuro deste país. Como é uso dizer-se hoje, e correctamente, uma visão sustentável. Mas este horizonte é ainda longínquo, porque se não há dinheiro, o problema agora é o como obtê-lo no imediato, pelo menos para manter o regular funcionamento das instituições. Em suma, para que o país ande regularmente para a frente, mesmo que devagar... Espera-se tudo isto, a solução do agora e a do depois, e não a prática continuada do pseudo-debate de ideias e de soluções, refém da destruição sistemática do opositor. Mas, porque se espera, não significa que venha. No entanto, nada disto que se espera é um aguardar por D. Sebastião. Espera-se porque é um horizonte possível e concretizável. Espera-se porque se sente no dia-a-dia que há dificuldades. E a esperança é de que elas não estejam a cair num saco sem fundo. Estarão? Vão estar? Como também é uso dizer-se, quem espera, sempre alcança, quanto mais não seja, um... Vamos ver o que aí vem: se um pontapé, se um dar a mão. Com os juros da nossa dívida a chegar acima dos 9%, suspeito que o ambiente é mais o do primeiro caso.
Digamos que há muitas maneiras de fazer política. Mas falar melhor disso fica, hoje, para outra altura qualquer...
E tudo isto também porque eu preciso de comprar rímeis e batôns, para fazer jus à minha condição, da qual ainda não me tinha apercebido (ver comentários à publicação anterior). Tudo coisas que eu não uso. Mas para uns cremes anti-age e um pequenino blush, será que há direito? Já nem digo para livros, ambição e soberba!, sobretudo ao preço a que eles estão!

8 comentários:

vbm disse...

Compra o rimmel e o baton,
o anti-age e o blush! :)

A crise é muito mais bela,
de maquillage completa
sem esquecer

A Crítica da Razão Pura
como (re)leitura de esplanada! :))

Nilson Barcelli disse...

Os protagonistas políticos continuam a discutir de quem é a culpa, como se nós não soubésse-mos que ela é de todos, desde o Mário Soares a Sócrates, passandp por Cavaco, Guterres, Durão, etc., etc.
Pela simples razão de não saberem qual é a solução...
Todos nós também temos alguma culpa, mas desde que o mundo é comandado por economistas, tudo piorou...
Será por não ser economista que o Lula fez uma boa governação?

Ana Paula, parabéns pela tua abordagem. Excelente.

Beijinhos.

Anónimo disse...

Olá Ana Paula

Acabei de dar duas voltas ao meu quarteirão (acredite que é grande)de joelhos e armadura (como é óbvio) tudo isto para me penitenciar do infeliz comentário que fiz ao seu anterior post(nem imagina as dores que tenho nas cruzes e desconfio que despoletei mais uma crise de bicos de papagaio...).

Na verdade confirmo hoje que a Ana Paula é muito mais que o azul dos olhos e do dourado dos cabelos...

Mais uma vez fez-me pensar...
Já começa a dar trabalho visita-la...
Mas já que pus a pensar sempre lhe digo que só se TODOS nós formos socialmente responsáveis sairemos desta situação. E ser socialmente responsáveis é ser empenhado e assíduo no trabalho; cumpridor nas obrigações fiscais; solidários com as dificuldades dos que nos são próximos; rigorosos com a educação dos nossos filhos; ...
Ser socialmente responsáveis é também não aceitar uma classe politica incoerente cuja atitude displicente, irresponsável e até corrupta contaria claramente o discurso moralista e de exigência com que se dirigem ao País.

Só quando todos adequarmos o nosso comportamento às boas intenções que apregoamos, faremos deste país um País.

Eu acordo todos os dias profundamente determinado a dar o meu contributo e de forma a olhar nos olhos do meu filho com a consciência de que tudo faço para ser para ele um exemplo.

Voltemos ao rimel e aos batôns...

;) Beijinhos

PS1: Voltarei mais vezes, se a armadura medieval me proteger pré extinção da espécie...

Ricardo António Alves disse...

Vai ser um bom período para os livros de bolso...

Ana Paula Sena disse...

Obrigada pelos bons conselhos, Vasco.
Que me dás de graça :)

Felizmente, a "Crítica da Razão Pura" já foi um investimento no meu passado. E fica realmente muito bem numa esplanada, na companhia de um bom protector solar :)

Um abraço.

Ana Paula Sena disse...

Nilson: obrigada :)
isto são só umas pequenas considerações.

de facto, a responsabilidade é de todos nós, mas de uns mais do que de outros - este é certamente também o caso.

...esperemos ainda, se possível!, que tanta insistência na economia possa vir a resultar num qualquer avanço civilizacional significativo no futuro. eu sei que pode parecer ingénuo, mas, ou é isso, ou a selva total. e muito pior do que a outra, dado ser tão refinada.

Beijinhos de volta.

Ana Paula Sena disse...

Oficial e Cavalheiro:

Seja bem vindo!

p.s. - suponho que a armadura medieval também implique alguns custos de manutenção :)

Ana Paula Sena disse...

Olá, RAA :)

eu, por sinal, gosto imenso desses - são super práticos, posso levá-los para qualquer lado. o pior é o esforço que implicam para a nossa vista.

e, vendo bem, também temos muitos livros disponíveis aqui mesmo, na internet.

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