sábado, 12 de fevereiro de 2011

Política sofisticada

Quando olhamos para a política portuguesa, há que reconhecer o elevado nível de sofisticação que alcançou. Isto já não é para qualquer um. A complexidade processual assemelha-se à do sistema judicial. Deve ser por isso que o lugar certo para estar é algures num poiso completamente desligado da realidade e do busílis das questões. Há meandros e labirintos a percorrer, sempre houve. E, agora, entretidos com tais tortuosos caminhos, as metas não importam nada. A verdade é que tudo se joga na estratégia e, suspensos nela, o tempo passa e a gente diverte-se. Eu até andava um bocado entediada... Mas, agora: agora não. Depois de confundida, uma pessoa sente-se de novo viva. Só para rir!

5 comentários:

Teresa Santos disse...

Valha-nos o humor. Penso ser a única coisa que nos resta!
Ouvir as "novas" do que se passa neste país é pura perca de tempo.
Beijinho.

anamar disse...

Só pode ser....
:)) :))
Beijinho

vbm disse...

:) É uma questão que me faz reflectir: a inanidade da informação e comunicação social.

Só não desconfio que é inerente à democracia porque custa render-me a essa eventual fatalidade.

Num regime ideológico, ou de pensamento iluminado, por certo os temas de comunicação seriam ordenados segundo a sua importância ideologicamente objectiva.

Eu lembro-me de, no tempo de Salazar e Caetano, a imprensa, a rádio e a televisão dava primeiro relevo ao noticiário político internacional e só lá para a 5ª ou 6ª página vinham os casos de polícia! Mesmo o futebol não tinha relevo noticioso que hoje em dia tem!

Claro, propagandeava-se a política e as opções do governo e a crítica que ele fazia em relação à política dos países comunistas ou simpatizantes comunistas. Mas os casos de polícia, as histórias de vizinhas e aleijadinhas, os queixumes e protestos eram devidamente secundarizados.

Também, - muito importante! -, era inimaginável locutores ou locutoras suspirarem, menearem a cabeça pelo teor das notícias, tratarem-se familiarmente pelo nome próprio, falarem de si, - e entrevistarem-se uns aos outros! em vez de o fazerem com gente pertinente da sociedade! - exibirem sorrisos de felicidade à despedida até o dia seguinte...

As notícias eram dadas com sobriedade, com poucos adjectivos, de uma só vez, sem repetições, sem intervalos, sem o estúpido e imbecil anúncio do que vai ser dito "já a seguir"; era útil ouvir as notícias que informavam ou declaravam o que diziam e nada mais.

O público, as pessoas entre si, que comentasse a seguir o que quisesse e, aconselhavelmente, em voz baixa, para não ser escutado por pides de café; e assim, nos seus círculos, diziam o que pensavam e eram escutados no seu auditório pessoal-, ao contrário do que sucede hoje, em que ninguém ouve ninguém... :)

Nem mesmo nesta moda do Facebook, de arrebanhar adesões para protestos de rua, eu acredito! Não há acesso a informação fidedigna e o noticiário disperso que surge não é tratado com saber e objectidade porque não há profissionalismo e seriedade no jornalismo que, aliás, não é independente nem isento.

Ana Paula Sena disse...

Olá, Teresa :)

Valha-nos o humor, sim! Rir é o melhor remédio (quando conseguimos não chorar).

Um beijinho grande.

Ana Paula Sena disse...

Anamar: só pode, não é? :))

Um beijinho grande.

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