domingo, 28 de outubro de 2012

melancolia

    
Albrecht Dürer, Melancolia I (detalhe) - 1514

Como são as coisas. E aquilo que as guia: um nada. Li um dia esta frase, e agora penso nela. E afinal: somos nós que procuramos ou somos procurados? Também isto carece de reflexão. (...) Ando de um lado para o outro, à toa, demoro-me no bistrot até ele fechar, depois levanto-me e caminho.  
O médico disse-me: você é o exemplo clássico do homo melancholicus. Mas Dürer desenhou a melancolia sentada, objectei, a melancolia não dispensa uma cadeira. A sua melancolia é diferente, sentenciou, é uma melancolia móvel. E receitou-me exercícios motores. 
Antonio Tabucchi, Está a fazer-se cada vez mais tarde

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