quinta-feira, 26 de julho de 2012

reler na quebra dos contínuos dias

Um escritor, penso eu, é alguém que está atento ao mundo. O que significa procurar compreender, assimilar, comunicar com tudo o que há de mau nos seres humanos; sem ser contaminado - tornando-se cínico, superficial - por tal compreensão. 
A literatura pode dizer-nos como é o mundo. 
A literatura pode dar-nos critérios e transmitir-nos um conhecimento mais profundo, encarnado em palavras, em narrativa.
A literatura pode treinar e exercitar a nossa capacidade de chorar por aqueles que não são nós ou nossos.
Quem seríamos nós se não pudéssemos compreender aqueles que não são nós ou nossos? Quem seríamos nós se não pudéssemos esquecer-nos de nós próprios, pelo menos por algum tempo? Quem seríamos nós se não pudéssemos aprender? Perdoar? Tornarmo-nos numa coisa diferente daquilo que somos?
Susan Sontag, Literatura é Liberdade - Discurso de aceitação do Prémio da Paz


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