quarta-feira, 27 de junho de 2012

o belo enquanto sombra

Landscape, de Kumi Yamashita

(...) nós os Orientais criamos beleza ao fazermos nascer sombras em locais por si mesmos insignificantes.

Ramagens
se as juntarem e enlaçarem
uma cabana surge
desenlaçai-as e tereis
como antes a planura

diz o velho poema, e, afinal de contas, o nosso pensamento actua segundo um raciocínio análogo: creio que o belo não é uma substância em si, mas apenas um desenho de sombras, um jogo de claro-escuro produzido pela justaposição de diversas substâncias. Tal como uma pedra fosforescente que emite brilho quando colocada na escuridão e ao ser exposta à luz do dia perde todo o fascínio de jóia preciosa, também o belo perde a sua existência se lhe suprimirmos os efeitos da sombra.
Junichiro Tanizaki, Elogio da Sombra

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