segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Paul Auster



Gosto muito dos livros de Paul Auster. Já há muito tempo que gosto. Há um primeiro Paul Auster com livros inesquecíveis, para mim. Há também um segundo, com uma escrita bem mais amadurecida e que assinala a evolução de uma literatura sempre renovada e transformada. Com as marcas inconfundíveis, e cada vez mais enraízadas, do seu universo. No qual apetece "mergulhar" recorrentemente.

Para quem gosta do autor, está aí a tradução portuguesa do seu último livro:
"Homem na Escuridão".

Paul Auster está em Portugal: acompanhar aqui

Em jeito de homenagem, um excerto de "Cidade de Vidro" - sem dúvida, um dos meus predilectos:

«O que apreciava nesses livros era a sua sensação de plenitude e economia. Numa boa história de mistério nada é desperdiçado, todas as frases ou palavras são significativas. E mesmo que não sejam significativas, têm a potencialidade de o serem - o que vai dar ao mesmo. O mundo do livro ganha vida, fervilha de possibilidades, segredos e contradições. Dado que tudo é visto ou dito, mesmo a coisa mais ínfima ou mais trivial pode ter uma ligação com o desfecho da história, e por conseguinte nada deve ser descurado. Tudo se transforma em essência; o centro do livro altera-se com cada acontecimento que o impele para a frente. O centro está portanto em todo o lado, e só se pode desenhar uma circunferência quando o livro chegar ao fim.

O detective é aquele que olha, que escuta, que se move através de um pântano de objectos e acontecimentos em busca do pensamento, da ideia que associará estas coisas e lhes conferirá um significado. Com efeito, o escritor e o detective são intermutáveis. O leitor vê o mundo através dos olhos do detective, experiencia a proliferação dos seus pormenores como se fosse pela primeira vez. Torna-se consciente das coisas que o rodeiam, como se elas pudessem falar-lhe, como se, devido à atenção que agora lhes dedica, elas pudessem começar a veicular um outro significado que não o simples facto da sua existência. Private eye. Detective privado - olho privado. Este termo tinha um significado triplo para Quinn. (...)»
in Paul Auster, A Trilogia de Nova Iorque

Imagem: pesquisa do Google


9 comentários:

Anónimo disse...

Foi precisamente com a Trilogia que o conheci, já lá vão uns belos anos... Beijo grande!

observatory disse...

um observador...

Violeta disse...

Olá Ana
Obrigada. Excelente opção. Mais um para a lista...

Frioleiras disse...

Catharsis...

peço-te imensa, imensa desculpa mas... não aprecio o Paul Auster...

Ana Paula Sena disse...

Olá, Vasco :)
Que bom apareceres!
Um bj para ti também!

Observatory: observar é preciso :)

Violeta: é sempre bom também considerar as tuas opções :)

Frioleiras: no problem! De todo :)

É sempre bom saber que não gostamos todos do mesmo...

Mar Arável disse...

De acordo

é preciso poupar

tambem as palavras

Ricardo António Alves disse...

O meu Auster não tem sido o dos livros, infelizmente, mas o do cinema, que é excelente.

em azul disse...

Já tive curiosidade... mas nunca parti para a acção.
Obrigada pelas dicas.
Um beijo
em azul

SMA disse...

Não muito apreciadora de Paul Auster... contudo aprecio o que tu nos dás
.
.
.
obrigada
bom fim-de-semana
bjo

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