Bicentenário deste "filho" de Jane Austen |
- (...) É preciso que aprenda um pouco da minha filosofia. Lembre-se apenas daquilo que lhe causa prazer.
- Não creio que necessite de qualquer filosofia do género na sua vida. As suas retrospecções devem ser tão totalmente desprovidas de mancha que o contentamento que delas extrai se deve não a uma filosofia, mas à ignorância, o que é muito melhor. Comigo, porém, não se passa o mesmo. Quando penso no passado, sou assaltado por dolorosas recordações que não podem, nem devem, ser repelidas. Toda a minha vida fui uma criatura egoísta, se não na prática, pelo menos nos meus princípios. Em criança ensinaram-me o que era certo, mas não me ensinaram a corrigir o meu génio. Deram-me bons princípios, mas deixaram-me segui-los baseado no meu orgulho e no meu conceito. (...) permitiram, encorajaram e quase me ensinaram a ser egoísta e tirânico, a não me interessar por ninguém para além do círculo da família, a desprezar todo o resto do mundo e a minimizar o seu bom senso e o seu valor comparados com o meu. Assim fui eu dos oito aos vinte e oito; e assim permaneceria ainda se não fosses tu, minha querida e encantadora Elizabeth!
Jane Austen, Orgulho e Preconceito
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