quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Regresso ao futuro

Muitas vezes, diz-se: nunca regresses a um lugar onde já foste feliz. Mas como não procurar todos os lugares que nos parecem compatíveis com alguma felicidade? 

Se fosse possível analisar a felicidade decompondo-a como um pedaço de matéria, encontraríamos talvez as suas partículas elementares. Ou seja, pequenos instantes. Talvez aqueles que ocupamos a escrever umas linhas, sem nenhuma grelha muito definida, com total ausência de rígidas qualificações ou quantidades pré-determinadas.  

O império da imagem e da aprovação cansa. Tudo cansa quando atinge a proporção máxima e foge da escala humana, mais pequena e simples, como nós, humanos efémeros, quase a desvanecer-se um pouco mais a cada dia, tal e qual como uma nuvem passageira que não conseguimos nunca realmente reter.

Pelo caminho, deixamos sinais e vestígios da chama que sempre seremos enquanto durarmos. Vamos ficando mais leves, largando o lastro do que não queremos. Porque ainda estou, eu, em catharsis.


APSB


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