domingo, 14 de julho de 2013

Civilização

o tempo que passamos a tentar recuperar o que nos foi tirado, é mais tempo perdido

Cito de memória a passagem de um diálogo do filme "Este País Não É Para Velhos". Esquivei-me durante muito tempo a vê-lo: só o título... sempre me pareceu de uma extrema crueldade. Mas o filme é bom e cruel, e o livro talvez seja melhor e igualmente implacável.
O tempo é ele próprio cruel e é da sua irreversibilidade que esta quase não-história nos fala. Pressupõe que alguma coisa importante e inesquecível nos é tirada à medida que o tempo passa... E depois: ficamos a olhar em frente sempre em busca do que perdemos? ou olhamos o futuro à procura do que ainda não conquistámos?  Afinal, há alguma coisa para conquistar a partir de uma certa idade? A aceitação de que estaremos desfasados de tudo um belo dia e de que o preferível será "encostar às boxes", enfim... é como esbarrar logo contra uma parede, mas pode ser ao mesmo tempo quase tudo o que há. E se é o que há, siga... Já não há lugar para aqueles que não encaixam na perfeição num mundo de alucinante desprezo pelos fracos - colocados em confortáveis asilos de higiénica perversidade: só para alguns; ou em asfixiantes e esquecidos redutos: para tantos outros. Enquanto isso, lá fora os fortes tentam esquecer que um dia serão fracos...

Uma visão terrivelmente pessimista, talvez. Uma visão realista, tendencialmente, situados que estamos no coração de países violentos e irremediavelmente para velhos.

sábado, 13 de julho de 2013

Livres?


Ancient forces, ancient dreams
Living thoughts, living hopes
We will not surrender,
we will not disappear

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Contaminação

Devemos entender sempre a Assembleia da República como um lugar digno do maior respeito. Afinal, é onde trabalham aqueles que escolhemos para nos representarem à frente do destino do país. 
Assistir a uma sessão parlamentar é um momento privilegiado para qualquer cidadão. Pelo menos, deveria sê-lo. Privar os cidadãos desse direito parece-me de enorme gravidade face ao ambiente de liberdade que é característico de uma democracia. Muito grave mesmo e até como remota hipótese. Pelo menos tão grave quanto o desrespeito pelos deputados no seu local de trabalho.
Obviamente, não apoio nem participaria num acto de contestação e indignação como aquele que aconteceu ontem nas galerias da Assembleia da República. É preciso pôr a tónica neste ponto do sucedido. Há outras formas de contestação muito mais eficazes, mas provavelmente dão muito mais trabalho e produzem resultados mais lentos. Ressalve-se, no entanto, ter sido este momento de manifestação um acontecimento de carácter pacífico. Coisas assim perturbam? Claro que sim. Mas a perturbação tem sobretudo outras origens... é preciso não esquecer. Na verdade, há um estado de perturbação instalado no país. Afinal, há muita gente perturbada.

Posto isto acerca do caso, o qual me parece incidir sobre muitas questões, mas em particular sobre questões disciplinares, às quais sou particularmente sensível; assim sendo, dizia, considero excessiva a reacção da Presidente da Assembleia da República ao acontecimento a que nos referimos. Citar filósofos/as fica sempre bem e eu gosto. Agora, chamar carrasco ao povo português aludindo ainda que por efeito colateral ao nazismo, parece-me não só resultado de citações levianas, como insultuoso e, consequentemente, perturbador. 

Verdade, verdadinha, é que a situação do país já anda a deixar muita gente à beira de um ataque de nervos. Afinal, como interiorizar a vivência deste irromper de uma espécie de "democracia à força"?! Se a perturbação já se introduz na fleuma de figuras de alta responsabilidade representativa, como não entender a perturbação dos pobres representados?! 
Eu própria não me sinto lá muito bem... 

terça-feira, 9 de julho de 2013

mea culpa?

Quando eu era pequenina, ainda fui a uma missa dita pelo cardeal Cerejeira. Naquele tempo, as missas ainda eram em latim: "mea culpa, mea maxima culpa..." e assim.
Mas não vou dar corda a estas minhas memórias, até porque agora já sou crescidinha e tudo é diferente.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Da Viagem

Há uma Viagem que todos fazemos... antes ou depois de perguntar onde não há resposta. Há-os que viajam mais cedo - quando se adiantam não explicam porque foram antes. Não sabemos porque largaram a nau depois de conhecerem tão implacáveis tormentas. E o olhar de quem fica no cais só pode segui-los com a memória... além da compreensão. 
Bela. Jovem. Brilhante. Necessária. A tua viagem doeu-me. 
 

Regresso ao futuro

Muitas vezes, diz-se: nunca regresses a um lugar onde já foste feliz. Mas como não procurar todos os lugares que nos parecem compatíveis com...