domingo, 29 de novembro de 2009

Saudação musical e resposta a um desafio

Também há excelentes compositores portugueses. Aqui fica a lembrança de Arthur Napoleão, com votos de um bom fim-de-semana ...e a resposta a um simpático desafio do autor do blogue Vermelho Côr de Alface.






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De acordo com o desafio do Miguel Coelho (T. Mike), há 5 frases para completar. Eis uma possível sequência para as mesmas, no que a mim se refere:

1 - Eu já... criei ilusões.

2 - Eu nunca... seria feliz sem livros.

3 - Eu sei... que tudo tem um fim.

4 - Eu quero... descobrir a vida.

5 - Eu sonho... porque não consigo deixar de sonhar acordada e, como dizia o António Gedeão, "(...) o sonho é uma constante da vida, tão concreta e definida como outra coisa qualquer", ou ainda "(...) e sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança".

Estão todos convidados, os que passarem por aqui, a responder a este interessante desafio.


quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Séc. XXI - Educação e Tecnologia

Pensar a inter-relação entre educação e tecnologia é preciso.
Voltar atrás no tempo, do ponto de vista do desenvolvimento tecnológico, é impossível. Que futuro deveremos preparar? Como gerir em nosso benefício os meios de comunicação e de informação actualmente disponíveis, assim como aqueles que estão prestes a chegar?





Digital Ethnography é o blogue de Michael Wesch (com mais informação sobre o vídeo e seus propósitos)


domingo, 22 de novembro de 2009

Impaciência

Não quero estar com rodeios
digo
há um poema directo
diz
há uma poesia brutal
conclui
mostra as coisas como são
portanto
repara
eco narciso não ama
porque se afunda em si

e muito tu imaginas
secretas melancolias
amores doces e galantes
francamente
mal consigo adquirir a minha alma na paciência kierkegaard
lamento
se vem Deus tem que chegar cedo e já
há pratos vazios e mesas corridas manchadas de nódoas renitentes
e além quando se afaga a dor e a solidão
espera-se em vão
um anjo que dê a mão

tenho dito
algo muito mal-dito
que fica por dizer
e ainda mais por fazer.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Pathos






[Se me perguntas "o que é o amor?", escolho o equilíbrio harmonioso e instável de um mobile de Calder, unido ao pathos do Romance para Violino de Beethoven. Talvez assim possa mostrar-te um pouco do que todo o amor tem que ser: grandioso e elegante - intenso e contraditório - suave e para lá do eu. Porque todo o amor se encontra e desencontra. Mais não há para dizer. Só muito para escutar e viver.]




{Para a minha filha que hoje é pequenina, embora já seja grandinha}




Imagem: Alexander Calder

domingo, 15 de novembro de 2009

Um Profeta



Já com pena do Estoril Film Festival 2009 ter chegado ao fim, vi o filme que o encerrou: "Um Profeta", de Jacques Audiard, contando com a sua presença no final da sessão. Descobri o realizador ao tropeçar por acaso, na televisão, numa outra obra sua: "De tanto Bater o meu Coração parou". Fiquei desde logo, aí, presa ao desenrolar do filme. Agora, num registo bastante diferente, confirmo ser Audiard um excelente realizador de cinema.
Este seu último filme promete muitas polémicas, criadas em diferentes contextos (ver vídeo). Desde logo, o facto de não ter recebido o prémio principal no Festival de Cannes, atribuído a "O Laço Branco" de Michael Haneke. Bom, eu vi ambos os filmes, e o que posso dizer é que seria uma pena se qualquer deles não existisse. Visões diferentes, sem dúvida. Mas parece-me excelente que assim seja. Tenho mesmo muita pena que estas guerras de prémios existam.





"Um Profeta" é um filme forte. Pode não ser bonitinho, mas é interessantíssimo por tudo o que expõe da actual sociedade francesa, mas que podia bem ser a portuguesa, ou outra qualquer de hoje. Este olhar impiedoso sobre a (des) humanidade leva-nos a acompanhar o percurso de um anti-herói, no sub-mundo de uma prisão. Compreendemos que o filme é bom à medida que acompanhamos a paulatina construção da identidade de Malik El Djebena (numa memorável interpretação de Tahar Rahim). Há violência no filme, mas rotulá-lo deste modo seria reduzir a muitíssimo pouco tudo aquilo que ele é.
Para todos os que estiverem dispostos a vê-lo, é bom saber que estará brevemente nas salas de cinema.







Imagens: pesquisa do Google

sábado, 14 de novembro de 2009

À Ester

Amanhã cuidarei de muitas flores
hoje oiço contigo A música
lembras-te:
daqueles anos 80 que nos leram toda a existência?

estão ainda repletos de nós repletos de ti.
Minha amiga onde estás tu? aqui?
ainda neste som que nos consumia?
Lembro-te e são muitos dias...
que vivo também por ti.






[Com saudades de uma amiga]


sábado, 7 de novembro de 2009

O laço branco


O laço branco - Michael Haneke





De 5 a 14 de Novembro: Estoril Film Festival


[Agora que vi o filme, posso dizer que é de uma beleza e perfeição esmagadoras (assim o senti perante as imagens de uma luz branca resplandecente que parecia engolir-me e transportar-me para aquela estranha aldeia, laboratório de análise da humanidade). O efeito especial a destacar aqui, é o de todo o filme: um efeito especial inesquecível.
Questões: muitas. Fiquei a pensar (impossível não o fazer): infância, educação, crenças absolutas, repressão desumana - perversão. Como e onde se ligam entre si? Terá o laço branco um reverso tão negro como o ar da noite mais cerrada? Voltarei a tudo isto, certamente.]


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Invisível

«Pousa a caneta, coça a cabeça, exala. Inopinadamente, um versículo esquecido do Eclesiastes emerge clamoroso na sua consciência. E eu dei o meu coração para conhecer a sabedoria, e para conhecer a loucura e os desvarios... Enquanto rabisca as palavras na margem direita do seu poema, pergunta-se se esta não será a mais verdadeira de todas as coisas que escreveu acerca de si mesmo em muitos meses. As palavras podem não ser suas, mas ele sente que elas lhe pertencem.»
in Invisível, Paul Auster





Até que ponto somos invisíveis para nós mesmos?

Invisível: este é o segundo livro mais inquietante que li de Paul Auster. O outro foi Leviathan. Quem gosta do autor (como eu), não pode perder esta que é a mais recente etapa da sua produção literária. Quem não gosta, pode passar a gostar (?).
A narrativa é visceral - o pensamento quase se pode tocar, as personagens (especialmente Adam Walker) existem como corpos que pensam. Quase - porque há a difusa presença de um inatingível.
Confirmo: Paul Auster é um dos meus escritores preferidos.

Para toda a informação sobre o livro e o autor entrar aqui








Imagem: La reproduction interdite, René Magritte - 1937

Regresso ao futuro

Muitas vezes, diz-se: nunca regresses a um lugar onde já foste feliz. Mas como não procurar todos os lugares que nos parecem compatíveis com...