ando eu a tentar arrumar papéis e mil e uma coisas acumuladas pelo tempo fora... não é fácil passear por entre tanto vestígio do que cai do tempo e se amontoa à volta, e ao mesmo tempo eliminar, deitar fora. um pequeno conflito que se vai resolvendo com algum empenho que é preciso cultivar. o engraçado, mas que não é novidade nenhuma - afinal, novidades absolutas não há -, é que subitamente dei comigo a pensar na quantidade imensa de coisas que acumulamos dentro de nós, ao longo desse mesmo tempo. portanto, nesta ordem de ideias, dei comigo a pensar que há certamente uma espécie de vistoria a fazer, porque tenho certamente uma data dessas tais milhentas coisas que não interessam para nada a ocupar-me o pensamento, a consciência e, quem sabe?, o inconsciente. não vou conseguir libertar-me de todas elas, mas se apagar umas quantas, talvez melhore o meu olhar sobre o mundo. pois, mas isso seria num outro universo, que não neste. aqui, a nossa memória retém tudo algures. mesmo sem darmos conta, fica tudo registado. já pensei na hipótese da reciclagem - reciclar conteúdos nocivos, tóxicos, e etc... induzi-los a uma metamorfose que é precisamente a do tempo que há em mim, e a que de mim há no tempo. vou investir mesmo aí, nessa actividade interior um bocadinho trabalhosa. que me permitirá (assim espero), à laia de exemplo que gosto de utilizar, olhar uma flor com prazer e encanto, mesmo sabendo que não tarda a flor vai morrer. afinal, é preciso não esquecer que também há flores secas. e essas duram muito mais.
6 comentários:
e se quiser esquecer mesmo
www.emdr.com
:-)
bjinho
Sem dúvida que somos Torres do Tombo de nós próprios.
Não há volta a dar: rasgar um papel amarelado do passado, é o mesmo que eliminar o futuro!
Adoro os meus jardins de flores secas, onde ainda passeio os amores de outros donos...
Há memórias
que não se extinguem
com um sopro
parece deveras interessante.
muito obrigada, Rita :))
beijinhos!
é um aspecto interessante, esse que refere, César: se devemos ou não esquecer... talvez seja necessária uma triagem dos eventos passados: guardar uns, esquecer outros; manter o importante, deitar fora o acessório...
que pena tenho eu de não ter um jardim. mas quando não se tem, inventa-se :))
...queiramos ou não, Mar Arável :))
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