"estou aqui e contempo o suicidio dos objectos habituais. na mutilação da propria cadeira em que me sento vejo a morte lenta e saturada que consiste na imolaçao pela comunicaçao. na minha frente desmorona impercePtivel uma mesa. ia falar mas já era tarde. os vidros estavam todos embaciados."
Felizes dos que têm por bandeira o absurdismo, porque só o absurdo faz sentido, ao negar a existência de um propósito ou de uma meta - compreensíveis - relativamente ao Universo e à vida. Mas… se o absurdo faz sentido, deixa, então, de ser absurdo. Logo, deixando de ser absurdo, faz sentido. E como gosto das coisas que fazem sentido, sou um absurdista. :)
E todavia…
Corpo de Argila
Algo nos cria e nos liberta dos absurdos cercos. Despertámos para tocar a boca esquecida pela noite. Somos a folhagem e o espaço, somos uma garganta fresca. As sombras aquecem-nos e as estrelas visitam-nos. O meu corpo é de argila estou vivo e aceito o dia.
11 comentários:
ora nem mais... escrevemos??
absurdamente??
beijo ana paula!
p.s.
adorei o post!!
ainda estão inteiras as cerejas ali em baixo...
para a próxima levo uma... adoro cerejas!!
eu também gostei muito do post, ana paula. o pensamento do kafka além de assertivo é eterno. e a fotografia é belíssima. beijinhos.
é um bocado isso...
O ilogico para fazer a reconstrução do logico...
bjo doce
bom fim-de-semana
revejo-me neste discorrer de pensamento...
beijo
Cada vez mais...eu também!!!
e a palavra poderá ser a catharse entre um e outro mundo
vim deixar-te um beijo
entre uma chegada e outra partida
"estou aqui e contempo o suicidio dos objectos habituais. na mutilação da propria cadeira em que me sento vejo a morte lenta e saturada que consiste na imolaçao pela comunicaçao. na minha frente desmorona impercePtivel uma mesa. ia falar mas já era tarde. os vidros estavam todos embaciados."
Ana Hatherly / tisANA nº 49 / 1973
pois é ana
é o delirio
que nos garante
o ataque de lucidez.
eu tenho alguns.
é o permanente delirio
As palavras indizíveis
fazem falta
a quem as tenta
cada frase acrescenta ou tira um pouco do absurdo ao discurso.belo!
tens lá no blog um desafio bjo
Felizes dos que têm por bandeira o absurdismo, porque só o absurdo faz sentido, ao negar a existência de um propósito ou de uma meta - compreensíveis - relativamente ao Universo e à vida. Mas… se o absurdo faz sentido, deixa, então, de ser absurdo. Logo, deixando de ser absurdo, faz sentido. E como gosto das coisas que fazem sentido, sou um absurdista. :)
E todavia…
Corpo de Argila
Algo nos cria e nos liberta dos absurdos cercos.
Despertámos para tocar a boca esquecida pela noite.
Somos a folhagem e o espaço, somos uma garganta fresca.
As sombras aquecem-nos e as estrelas visitam-nos.
O meu corpo é de argila estou vivo e aceito o dia.
António Ramos Rosa, “Volante Verde”
Abraço.
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