Admiro imensamente Jorge Luís Borges, mas confesso que nem é o meu poeta preferido. Dele, sem dúvida, prefiro a prosa.
No entanto, é dele um dos meus poemas preferidos, e nem sei explicar com exactidão porquê. Na verdade, embora possamos explicar muitas coisas, encontra-se sempre alguma coisa inexplicável. Muitos dizem que é o amor que assim acontece ser. E penso que esses também estão certos. Mas eu diria que, se há inexplicável que subsiste sempre, ele está contido sobretudo na poesia e na música.
Posso tentar esclarecer tudo acerca de um poema, acerca deste poema, mas o seu toque mágico e especial resiste-me e escapa-se. Não sei porquê, mas há muito tempo que permanece na minha memória, continuando a revestir-se dessa aura especial, sempre que o leio.
Seria imperdoável, do meu ponto de vista (subjectivo, é claro), não o colocar aqui.
No entanto, é dele um dos meus poemas preferidos, e nem sei explicar com exactidão porquê. Na verdade, embora possamos explicar muitas coisas, encontra-se sempre alguma coisa inexplicável. Muitos dizem que é o amor que assim acontece ser. E penso que esses também estão certos. Mas eu diria que, se há inexplicável que subsiste sempre, ele está contido sobretudo na poesia e na música.
Posso tentar esclarecer tudo acerca de um poema, acerca deste poema, mas o seu toque mágico e especial resiste-me e escapa-se. Não sei porquê, mas há muito tempo que permanece na minha memória, continuando a revestir-se dessa aura especial, sempre que o leio.
Seria imperdoável, do meu ponto de vista (subjectivo, é claro), não o colocar aqui.
Uma rosa e Milton
Das gerações de todas as rosas
Que se perderam no fundo do tempo
Que uma se salve do esquecimento,
Uma sem marca, sem sinal nas coisas
Que foram. O destino me depara
Este dom de chamar a vez primeira
Essa flor silenciosa, a derradeira
Rosa que Milton abeirou da cara,
Sem a ver. Oh tu, pálida ou vermelha
Ou alva rosa de um jardim já apagado,
Deixa magicamente o teu passado
Imemorial e neste verso espelha,
Ouro, sangue, ou marfim ou tenebrosa
Como em suas mãos, oh invisível rosa.
Jorge Luís Borges, El Otro, el Mismo
Imagem: The Sick Rose by William Blake
Que se perderam no fundo do tempo
Que uma se salve do esquecimento,
Uma sem marca, sem sinal nas coisas
Que foram. O destino me depara
Este dom de chamar a vez primeira
Essa flor silenciosa, a derradeira
Rosa que Milton abeirou da cara,
Sem a ver. Oh tu, pálida ou vermelha
Ou alva rosa de um jardim já apagado,
Deixa magicamente o teu passado
Imemorial e neste verso espelha,
Ouro, sangue, ou marfim ou tenebrosa
Como em suas mãos, oh invisível rosa.
Jorge Luís Borges, El Otro, el Mismo
Imagem: The Sick Rose by William Blake
13 comentários:
Conheço muito pouco de J.L.Borges
...este poema é lindíssimo
Um beijo
grande
colho. a tua rosa.
que sendo "especial" te desnuda. o olhar.
de dentro.
beijo.
minha querida rosa, perdão, ana paula, quase me atrevia a dizer que a razão pela qual gostas tanto do poema é porque ele parece ter sido escrito para ti ;) votos de um bom fim de semana e um grande beijinho *
Boa noite Ana Paula! = ) Jorge Luis Borges, e partilho da mesma opinião, a prosa, para mim, é sem duvida melhor. Existem um ou dois poemas que realmente gosto, são mais parecidos comigo... talvez...,ou mais próximos da prosa que Borges felizmente escreveu. É sem dúvida um grande escritor e merece esta simpática homenagem e lembrança!
Beijinho
O passado que é so ruido de fundo... adubo a um linda rosa.
Rosa de um so jardim em jardins.
Bom fim-de-semana
Bjo doce
ele, o poeta, é grande! ela, a música que corre aí em cima, é enorme! tu, és tudo isso!
beijo ana paula!
lindo!
beijo para ti, flor silenciosa
Goste muito ou pouco de Jorge Luís Borges não se pode ficar indiferente a este delicioso poema...
Mais uma "Flor" para o teu jardim:
A Flor
Pede-se a uma criança: Desenhe uma flor! Dá-se-lhe papel e lápis. A criança vai sentar-se no outro canto da sala onde não há mais ninguém.
Passado algum tempo o papel está cheio de linhas. Umas numa direcção , outras noutras; umas mais carregadas, outras mais leves; umas mais fáceis, outras mais custosas. A criança quis tanta força em certas linhas que o papel quase que não resistiu.
Outras eram tão delicadas que apenas o peso do lápis já era de mais.
Depois a criança vem mostrar essas linhas às pessoas: uma flor!
As pessoas não acham parecidas estas linhas com as de uma flor!
Contudo, a palavra flor andou por dentro da criança, da cabeça para o coração e do coração para a cabeça, à procura das linhas com que se faz uma flor, e a criança pôs no papel algumas dessas linhas, ou todas. Talvez as tivesse posto fora dos seus lugares, mas são aquelas as linhas com que Deus faz uma flor!
Almada Negreiros.
um longo longo abraço.
.
outro!
Bonito! também gosto do Borges, há um poema dele que coloquei no blog! depois digo-te qual é, acho que vais gostar.bjo
flores de papel virtual...
e um beijo
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